sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Influência arabesca na poesia pampeana
Xirú Antunes

Há uma doutrina da revelação poética que afirma que a poesia , em suas mais altas formas, revela alguma coisa estranha que se esconde na natureza da realidade.
O exemplo é Garcia Lorca que encontramos este ponto de vista:”Todas as coisas tem seu mistério, e a poesia é o mistério que todas as coisas tem.”

A poesia pampeana é muito rica em elementos poéticos, há um a relação quase inconsciente com a poesia árabe, seus princípios filosóficos são os mesmos , talvez devido as condições de deserto , pontos comuns , apenas um verde, outro branco, mas as dificuldades eram quase as mesmas . As reuniões em volta do fogo , os Yaravis, enfim,aqui o cavalo , lá também, e outras tantas coisas comuns entre estes povos.
Além disso, a península ibérica foi dominada mil anos pelos árabes e depois estes povos , portugueses e espanhóis estiveram por oitocentos anos no Brasil, no sul, na Colônia de Sacramento, Uruguay e Argentina.
A forma poética veio junto , e o sangue arábico-espanhol predominante destes povos, no gaúcho foi assimilado e aculturado. Daí a filosofia tão rica e espirituosa do gaúcho. Exemplificação: um historiador encontrou um árabe em meio uma cidade da arabia e perguntou:
- Você é poeta? Qual a forma e o espírito do seu verso?
- Temos dezesseis formas e um só espírito, a poesia é mais rica que as arvores do islã, apaga nossa sede como um manancial e nos refrigera como uma floresta.

A titulo de ilustração, algumas palavras de origem árabe:

Açude: do árabe aç-çud
Alazão- alazan
Chergão: xarcon
Badana; battana
Xaropear: xarabe: lambedor
Publicada na 19ªEdição

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